1 de jul. de 2025

Seja a cola

Seja a cola

Rony Meisler

E se você fosse considerado o melhor profissional da sua empresa sendo um coadjuvante?

Lembrado e admirado não porque lidera a reunião, fecha o contrato ou posta a foto perfeita no Instagram, mas pela postura fora dos holofotes.

Foi isso que Shane Battier, bicampeão da NBA pelo Miami Heat, descobriu e compartilhou em um TED Talk que deveria ser exibido em toda empresa, escola e família.

Battier jogou ao lado de lendas como LeBron James e Dwyane Wade, todos membros do Hall da Fama do basquete. Ele não era o melhor do time, tampouco ganhou um MVP em toda a sua carreira. E, mesmo assim, foi mais do que titular: foi um pilar fundamental em todos os jogos e campeonatos que disputou.

Agora, o fato chocante: apesar do enorme protagonismo, Shane tocou na bola apenas 2% do tempo em que esteve em quadra.

E daí vem a dúvida implícita nesse dado: o que ele fazia nos outros 98% que o tornava tão indispensável?

Pra entender isso, precisamos voltar no tempo.

Shane cresceu nos arredores de Detroit e era tratado por todos como um desajustado: filho de pai negro e mãe branca, alto demais pra idade, pobre demais pra ter o mínimo, diferente demais pra passar despercebido. Carregava a certidão de nascimento no bolso pra provar que tinha a idade certa nas ligas infantis. Era o típico “garoto estranho” que só queria uma coisa: pertencer.

E encontrou esse pertencimento nos jogos esportivos do recreio da escola. Queimada, futebol ou basquete — em qualquer coisa que envolvesse equipe, ele estava lá.

Ali, no caos maravilhoso da infância, ele conta ter aprendido uma lição que levaria pra vida:

“Quando eu ajudava os outros a vencer, eu deixava de ser o estranho. Eu me tornava parte.”

Essa obsessão por elevar os outros virou a espinha dorsal da carreira dele.

Não como pontuador. Não como astro. Mas como o jogador que se jogava no chão, que voltava pra defender, que fazia os cortes táticos, os passes discretos, as jogadas pesadas que ninguém quer fazer, mas todo time precisa. O bom e velho “carregador de piano”.

E assim Battier se tornou o LeBron James da entrega silenciosa. E, contra dados, não há argumentos:

Durante sua carreira, os times em que jogava superavam os adversários por cinco pontos, em média, sempre que ele estava em quadra. Isso colocou Shane no topo do impacto coletivo ao lado de ícones como Kobe Bryant e Tracy McGrady.

E, mesmo assim, ele nunca foi um All-Star, nem capa de revista, nem o dono das camisas mais vendidas das lojas dos times por onde passou.

O impacto dele era invisível. Ele era o All-Star sem estatísticas.

A essa altura do artigo, você deve estar se perguntando: o que eu tenho a ver com isso?

Num mundo obcecado pelas métricas de vaidade social — seguidores, curtidas, salários, política, bolsas, carros e cargos — a história de Battier nos traz duas perguntas extremamente poderosas:

Quando (ou se) você está fora dos holofotes, o que está fazendo para que o seu time se una em suas fortalezas e vença coletivamente?

Você está vivendo para ser admirado… ou para fazer os outros brilharem?

Esse mindset virou referência em universidades, empresas e organizações, e ganhou até nome: O Efeito Battier.

Se por acaso você não se considera uma estrela ou possui a tendência de se vitimizar por não ser visto como protagonista, ao invés de se lamentar, deveria se inspirar em Battier e repensar sua estratégia e postura para, então, se tornar um protagonista do coletivo. É simples:

Como você torna as pessoas ao seu redor melhores?

Como você aumenta o potencial coletivo do seu grupo?

Como você joga pelos outros, e não apenas por si?

Se você não é a estrela, seja a pessoa que faz tudo funcionar. Que une. Que dá e estimula o feedback e, assim, promove a melhoria contínua de todos. Que inspira confiança e crescimento através da construção de processos e rituais voltados à melhor comunicação e execução do time.

Essas pessoas raramente são celebradas, mas todo mundo quer tê-las por perto — porque tudo o que elas tocam ou participam vira ouro.

Como exercício de humildade, penso que todos deveríamos nos comparar com Battier para entender como podemos ser melhores. Portanto, trazendo para o meu exemplo pessoal:

Tecnicamente falando, nunca fui o melhor profissional da indústria na qual empreendi por 20 anos. Não possuo formação técnica e, até hoje, não me considero um profissional da moda. Meus colegas de mercado não são apenas excelentes — são muito melhores do que eu.

Justamente por isso, foquei principalmente em buscar ser a melhor liderança para as pessoas e o construtor da melhor cultura organizacional possível. E, então, criamos um dos ambientes de negócios mais inovadores e, sem falsa modéstia, o melhor time do varejo de moda. Por consequência da força de nossa cultura, a longo prazo, também nos tornamos o melhor e maior negócio.

E, inspirado, encerro misturando os mindsets de Shane Battier e Bruce Lee com uma frase de impacto:

Seja a cola.

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